sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Platelmintos

Filo Platyhelminthes (Platelmintos ou vermes achatados).

CARACTERÍSTICAS GERAIS: O filo Platyhelminthes (do grego platys, plano, achatado, e helminthes, verme) reúne animais de corpo achatado, dos quais as planárias são representantes de vida livre mais conhecidos. O termo “verme” é usado popularmente para designar animais de corpo fino e alongado, e não corresponde a nenhuma categoria taxonômica. Das cerca de 20 mil espécies descritas de platelmintos, aproximadamente 20% são parasitas de animais vertebrados e invertebrados. Entre os que parasitam a espécie humana, os mais conhecidos são as solitárias (ou tênias), que vivem na cavidade intestinal e causam teníase, e os esquistossomos, que habitam veias do fígado e de outros órgãos abdominais, causando esquistossomose.
  Quanto à simetria corporal, os platelmintos apresentam uma novidade em relação aos cnidários: têm simetria bilateral, enquanto cnidários adultos têm simetria radial. Os platelmintos são, também, os mais antigos animais triblásticos da escala zoológica; em sua vida embrionária, eles desenvolvem três folhetos germinativos – ectoderma, mesoderma e endoderma – dos quais se originam os diversos tecidos do animal adulto.

RELAÇÕES EVOLUTIVAS DOS PLATELMINTOS: Os cientistas acreditam que, ao longo da evolução dos animais, ocorreram várias diversificações que levaram à formação dos diferentes filos, cada qual com sua “estratégia evolutiva”, isto é, com suas características e maneiras próprias de resolver os problemas de sobrevivência e perpetuação da espécie. Os poríferos teriam sido os primeiros animais a surgir, a partir de ancestrais ainda desconhecidos, provavelmente protozoários coloniais. A estratégia evolutiva “porífera” foi tão bem sucedida que ainda hoje há milhões de espécies de poríferos, com organização corporal semelhante à daqueles que viviam nos mares de 600 milhões de anos atrás.
  Logo apões o aparecimento dos poríferos, algumas linhagens diversificaram-se das linhagens originais e desenvolveram “novidades evolutivas”. Supõe-se que os cnidários surgiram a partir de uma linhagem cuja principal novidade desenvolvida foi a cavidade gastrovascular, que permitiu passar da estratégia filtradora de obter alimento para estratégia predadora. A grande variedade de formas dos cnidários atuais atesta o sucesso do modo “cnidário” de viver.
  Uma nova linhagem surgida talvez a partir de primitivos cnidários originou os platelmintos. Duas grandes novidades apresentadas por essa linhagem foram a simetria bilateral e o terceiro folheto germinativo, o mesoderma. A simetria bilateral está associada à maior capacidade de movimentação, pois animais bilateralmente simétricos, com regiões anterior e posterior definidas, movimentam-se no ambiente com mais objetividade. Por outro lado, o mesoderma permitiu o desenvolvimento de novas estruturas corporais e de uma musculatura mais eficiente.


Classes de Platelmintos

O filo Platyhelminthes é divido em três classes: Turbellaria (Turbelários), Trematoda (Trematódeos) e Cestoda (Cestóides).

•TURBELLARIA: A Classe Turbellaria reúne platelmintos de vida livre, conhecido popularmente como planárias devido ao corpo achatado. As planárias pode ser aquáticas, marinhas ou de água doce; podem também viver em ambientes úmidos de terra firme.

•TREMATODA: A Classe Trematoda reúne platelmintos ectoparasitas, isto é, que vivem fixados a superfícies externas do corpo dos vertebrados hospedeiros, e endoparasitas, que vivem no interior do corpo dos vertebrados. Exemplos de trematódeos ectoparasitas são as espécies do gênero Gyrodactylus, que vivem aderido à superfície externa das brânquias de peixes de água doce, como carpas e trutas. Exemples de trematódeos endoparasitas são Fasciola hepática, que vivem em veias do fígado do carneiro, e Schistosoma mansoni, que vive em veias do fígado humano.
  Os trematódeos têm corpo revestido por uma cutícula resistente, secretada pela epiderme, que protege o parasita de eventuais ataques do hospedeiro. A boca localiza-se na região anterior do corpo, abrindo-se uma faringe musculosa que desemboca em um intestino ramificado. Em algumas espécies há ganchos e ventosas, adaptações do parasita para sua fixação ao hospedeiro.


•CESTODA: A Classe Cestoda reúne vermes endoparasitas conhecidos popularmente como tênias ou solitárias. O termo “tênia” refere-se à forma do corpo desses animais, que lembra uma fita. O termo “solitária”, por sua vez, deve-se ao fato de, em geral, um único verme parasitar o hospedeiro: a tênia já instalada libera substâncias que impedem outra tênia de se instalar. Isso evita a superprodução de vermes, que poderá levar à morte do hospedeiro e conseqüente perda de hospedagem e de alimentação para o parasita. Tênias adultas vivem no intestino de animais vertebrados, geralmente em mamíferos. Os estágios larvais podem ser invertebrados ou vertebrados.
  As tênias não apresentam sistema digestório, o que reflete sua grande adaptação à vida parasitária; elas absorvem os nutrientes diretamente da cavidade intestinal do hospedeiro. A extremidade anterior do verme é afilada, terminando em uma estrutura chamada de escólex, pouco maior do que a cabeça de um alfinete. Aí  existem ventosas, ganchos ou sulcos adesivos que permitem a fixação do animal no intestino do hospedeiro. O restante do corpo da tênia é formado por partes semelhantes às proglótides, presentes em número de mil ou mais.
  As proglótides formam-se na região junto ao escólex por um processo de divisão transversal do corpo denominado estrobilização. Novas proglótides são produzidas continuamente e amadurecem à medida que se distanciam do escólex. Ao tornar-se sexualmente madura, uma proglótide autofecunda-se e torna-se “grávida”, isto é, repleta de ovos. Nesse estágio, as proglótides separam-se da tênia e são eliminadas do corpo hospedeiro, junto com as fezes. 




REPRODUÇÃO DOS PLATELMINTOS: A reprodução dos platelmintos é bastante diversificada. As espécies parasitas apresentam ciclos de vida complexos, em que podem alternar-se fases com reprodução sexuada e fases assexuadas. Alem disso, diversas espécies parasitas necessitam de mais de uma espécie hospedeira para completar seu ciclo de vida.
  As espécies parasitas cujo ciclo de vida se completa em um único hospedeiro são chamadas de monogenéticas. Esse é o caso, por exemplo, do trematódeo Gyrodactylus sp., em que o verme tem apenas um hospedeiro, um peixe de água doce. As espécies que necessitam de dois hospedeiros distintos para completar seu ciclo de vida são chamadas de digenéticas. Esse é o caso, por exemplo, do Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose; em seu ciclo de vida há dois hospedeiros: seres humanos e moluscos (caramujos aquáticos). A Taenia solium também é uma espécie digenética, tendo como hospedeiros seres humanos e porcos.

  O hospedeiro em que ocorre a fase adulta (sexualmente madura) de um parasita digenético é chamado de hospedeiro definitivo, enquanto aquele em que ocorrem as fases larvais e sexualmente imaturas é chamado de hospedeiro intermediário. No Schistosoma mansoni e na Taenia solium, a hospedeira definitiva do verme é a espécie humana, ao passo que os hospedeiros intermediários são o caramujo e o porco, respectivamente. 
  


PATOLOGIAS CAUSADAS POR PLATELMINTOS: Os platelmintos são responsáveis por diversas parasitoses humanas, constituindo um problema de saúde pública em escala mundial, principalmente em países pobres, em que as condições de saneamento básico são deficientes. Em certos países asiáticos, por exemplo, cerca de 70% das crianças apresentam algum tipo de verminose.



  • Esquistossomose: A esquistossomose é uma doença causada por espécies do Gênero Schistosoma. Dependendo da espécie aloja-se nos vasos sanguíneos da       bexiga (Schistosoma haematobium)
    , do intestino (Schistosoma japonicum) ou do fígado (Schistosoma mansoni). A Organização Mundia da Saúde (OMS) estima que, na África, na Índia e na América do Sul, há mais de 200 milhões de pessoas afetadas pela esquistossomose.





    (Schistosoma haematobium)


  • Teníase: Adquiri-se teníase pela ingestão de Carnes mal-cozidas contendo cisticercos. Estes são bolsas ovóides esbranquiçadas e semitransparentes, com tamanho entre 0,5 e 0,2 cm, conhecidas popularmente por "canjiquinhas", devido a seu aspecto. No intestino dos hospedeiros, o cisticerco se expande, formando um pequeno escólex que se fixa à mucosa intestinal, dando origem a uma tênia.  Entre as diversas espécies de tênia, duas são parasitas importantes da espécie humana:
    Taenia saginata a tênia-do-boi, que pode atingir 9 m de comprimento e é a mais disseminada na África, Oriente Médio, América Central, Europa e Ásia; Taenia solium, a tênia-do-porco, que pode atingir até 5 m e é mais frequente no Méximo, na América Central e do Sul, na Europa Oriental e na Oceania.


    (
    Taenia saginata a tênia-do-boi).


  • Cisticercose humana: Se uma pessoa ingerir ovos de tênia, ela servirá de hospedeira intermediária do verme.
    As oncosferas libertam-se dos ovos e podem atingir a musculatura ou cérebro da pessoa, transformando-se em cisticercos. Quando alojados na musculatura, os cisticercos geralmente causam poucos problemas. Entretanto, ao se alojarem no cérebro, os cisticercos podem provocar convulsões semelhantes às da epilepsia. A doença, nesse caso, é a cisticercose humana.




    CURIOSIDADES:
    (Doenças parasitárias provocadas por platelmintos, com ilustração).
  • http://negritosbio.blogspot.com.br/p/doencas-provocadasbpor-platelmintos.html


    (Vídeo Cirúrgico: Retirada de "vermes" do intestino humano).
  • https://www.youtube.com/watch?v=bndV8T-EUq8


  • INTEGRANTES: Rayssa Stephanie - 30
                                Rafaela Ramos - 29
                                Patrick Alexandre - 27
                                Gelnda Gonçalves - 9
                                Camille Siray - 3

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